Monday, June 02, 2008

Super Jornada

Em todos os sentidos e mais algum.

Sábado de manhã cinco bravos encontraram-se e fizeram-se à estrada. A Rebeca já tinha começado a aventura no dia anterior, saindo de Vigo em direcção ao Porto, mas o grupo que iria enfrentar a dupla jornada juntou-se no Sábado.

Era uma manhã de nevoeiro, bastante nevoeiro, mas os cinco rumavam a Sul, munidos de calções de banho, toalha, e protector solar. E alguns discos na mal, claro que também estavam presentes. O Bré chegou em muito mau estado, segundo ele uma semana azarada em que se tinha cortado em três dedos. Mal sabia ele o que ainda o esperava. O Jota afundou-se no banco de trás e só regressou do mundo dos sonhos numa paragem na estação de serviço para abastecer... de café.

O Sol começou a despontar, depois da chuva ter chegado a cair, e a moral começou a subir também. Com os luminosos já toda a paisagem parecia repleta de beldades (não foi Jota?), e o Bré foi logo entrevistar uns holandeses que vinham com uma roulotte. Improvisámos uma faca e atacámos também o pão com passas.

A ansiedade subia à medida que nos aproximávamos do Bar do Peixe, e o stress também, ajudado pelo acidente que entupiu a 25 de Abril. Será que vamos chegar a tempo? Será que o sexto elemento vai aparecer? Acabámos por passar por Alfarim e descer até ao bar do Peixa ainda antes da hora marcada.

Ainda estava a jornada atrasada, o nosso era o primeiro jogo, ainda faltavam muitos jogadores, e até montar o campo. O Bré tentou ajudar, mas estranhamente ele insistia em desviar a linha para perto da sombra do penedo. Para a esquerda gritava o Patrick, mas o Bré continuava a descair para aquele misterioso recanto onde as indumentárias diminuem bruscamente. Será uma buraco negro gravítico? Lá que atraía, isso atraía.

O que não diminuía era o vento, mas isso não nos impediu de enfrentar os Diz-Cu Sr. Começaram apenas os cinco, mas logo chegou o reforço Manel Leiria directamente de... Leiria, que acabou por dusputar com o Christian o título de melhor marcador da equipa. A experiência dos Sr. acabou por imperar, e o vento implicou que a partida se disputasse practicamente num pequeno corredor de dois metros de largura.

Houve tempo para regressar ao bar e saborear uma tosta (um Mega Peixe para o melhor marcador Christian), e retemperar forças para o adversário que se seguia, os Jr. O vento continuou a fazer das suas, e a não deixar o jogo sair como os jogadores gostariam. Os seis bravos estavam avisados, e ao final do tempo o marcador mostrava 3-5, favorável aos Jr, e proporcional à dimensão do número dos suplentes, que permitia aos Jr ter sempre mais frescura na areia.

Veio então a surpresa. Era o último jogo do dia e os Gira-Discos apostaram em aumentar as rotações para chegar aos 200%. Resultou, e o jogou ficou empatado, uma recuperação espantosa e com pontos contra o vento. Só nova lufada fresca de substituições marcou a diferença e repos a vantagem dos Junior. Serviu-lhes de aviso ao que parece, já que os Junior acabaram por derrotar os Senior num dos jogos seguintes e assim determinar a vitória final da Liga a favor dos BUFA.

Que sensação fantástica, de ter dado o melhor, e ter conquistado aquele empate. Foi então tempo para saborear e lamber as feridas, pois os 200% deixaram amrcas, e era preciso recuperar. O Manel precisou de voltar a Leiria, e a Rebeca foi a Lisboa encontrar-se com a sua família, mas os restantes ficaram para um fenomenal jantar em Lagoa. Antes tempo para ver os restantes jogos e apreciar o pôr-do-sol na praia da Meco.

O jantar e as rodadas prolongaram-se pela noite dentro, em fantástico ambiental tribal, de amizade entre todas as equipas, com direito a assalto às sobremesas, e os Senior a fazer de cicerones, e a proporcionar momentos muito agradáveis a todos os jogadores da Liga. Improvisou-se depois sítio para dormir, e quem sofreu mais foi o Bré, que passou metade da noite a tentar fugir de roncos e alfaias que abanavam as paredes.

Talvez por isso acordou ainda zonzo e foi de cabecear a televisão que lhe valeu um assustador golpe sangrento na testa. Definitivamente não era a semana da sorte, e talvez fosse esse o motivo do Bré e o Christian vasculharem tudo à procura do horóscopo, já tinham começado no jantar e continuaram no pequeno-almoço, para saber o que ainda nos esperava.

Sem o Manel, os cinco foram ajudados pela Carly para serem de novo meia dúzia nos jogos de Domingo. O vento era bem menos, e os Vira-o-Disco de Palmela também só tinham seis jogadores. Havia muita motivação, muita vontade, mas muita precipitação. Jogaram melhor os palmelões, mas a Carly disciplinou e organizou o jogo. Houve muito prazer, jogadas bonitas e saborosas, muito empenho das duas partes. O resultado foi justo, mas os bravos fizeram jogadas e pontos que mostraram uma clara evolução.

Faltava então apenas um jogo, e um intervalo para juntar as últimas forças. Tinham sido três jogos com apenas seis jogadores, disputados com empenho completo e sempre no limite na entrega. As forças que restavam eram poucas, mas a vontade de jogar era grande. Todos os seis queriam aproveitar o último jogo desta edição da Liga e tentar o tudo por tudo.

A vontade foi muito maior que as forças. O desejo maior que o discernimento. As oportunidades até apareciam, mas as forças para as concluir não foram suficientes. Os BUFA mostraram porque é que são a surpresa da Liga, e demonstraram o mérito com que a conquistaram. Uma atitude impressionante de sempre se quererem superar, e darem o máximo em todas as jogadas. Mesmo sem forças os Gira-Discos tentarem dar a máxima réplica possível. Talvez por isso o círculo no fim do jogo foi tão especial. Muitos jogos, muito boa disposição, uma delícia.

Eram horas de voltar. Uns porque ainda tinham uma viagem longa para a Galiza, outros pois deixaram afazeres pendentes para conseguirem marcar presença. Não foi possível ver os jogos que ainda faltavam, e o fim da grande festa que foi a dupla jornada. A despedida foi difícil, a vontade era de continuar ali, com aquele sentimento, mas era preciso regressar.

Os bravos correram para trás. A ponte do Infante provou ser alternativa segura, a viagem tranquila que quase todos aproveitaram para finalmente fechar os olhos e dormir, certamente sonhar com o delicioso fim de semana. Para breve haverá mais!

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1 Comments:

At 5:41 PM, Blogger Manuel said...

Viva!

Grande relato, Carlos. Parabéns!

Foi um prazer jogar "à Porto" convosco, Gira Discos. Tive pena de não ficar para o segundo dia, mas a distância tem destas coisas, como bem sabem.

Fica para a próxima, que espero ser breve - e prometo tentar ser mais Lisandro e menos Bolatti hahahah

Grande abraço e obrigado pelo convite.

Manuel Leiria

 

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